CALCÁRIO, A SALVAÇÃO DA LAVOURA.
É comum associarmos ganhos de produtividade agrícola a novas descobertas tecnológicas, tanto no campo da mecanização, com tratores gerenciados por satélites; quanto no campo da biotecnologia, com as tão discutíveis plantas geneticamente modificadas, capazes de vencer, por si mesmas, doenças e pragas cujo controle, até então, envolvia o uso em larga escala de produtos químicos danosos ao ambiente e ao ser humano. Essa associação produtividade e alta tecnologia está correta, porém, notamos que em tempos de busca de maior rentabilidade uma das práticas agrícolas mais indicadas, de menor custo e de melhor retorno econômico ao produtor rural é a Calagem, tradicional técnica de aplicação de calcário que corrige a Acidez de nossos solos.
A Acidez do Solo constituí-se numa das principais barreiras à produtividade agrícola e pode ser definida como uma limitação no solo, pela presença de elementos tóxicos (hidrogênio e alumínio) ao desenvolvimento das raízes das plantas. Enquanto nós, animais, nos alimentamos pela boca, as plantas nutrem-se dos sais minerais e da água, indispensáveis ao seu desenvolvimento, através das raízes. A Acidez do Solo afeta diretamente a boca da planta e planta mal nutrida, torna-se sinônimo de planta pouco produtiva. Mas será que a Acides do Solo é um mal generalizado que aflige toda a nossa região? A resposta a esse questionamento vem de um levantamento realizado pela Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, na década de 80, que concluiu que praticamente todos os solos do Estado de São Paulo apresentam algum grau de acidez, que varia de uma acidez leve até uma acidez grave, aguda. Para se determinar esse grau de acidez é imprescindível que o produtor rural faça a análise do solo de sua propriedade, consultando um agrônomo para receber orientações de como retirar as amostras e enviando-as a um laboratório de confiança. Concluímos, portanto, que nossa agricultura convive em maior ou menor grau com a Acidez do Solo, uma barreira a produtividade agrícola que pode ser facilmente transposta com o emprego de um insumo conhecido há mais de 5 décadas, o Calcário Agrícola. O Calcário, além de corrigir a acidez do solo, permitindo o desenvolvimento do sistema radicular (“boca”) da planta, tem um efeito secundário que se torna quase tão importante quanto o seu efeito corretivo, que é a adição ao solo de dois nutrientes bastante exigidos pelas culturas em geral, o Cálcio e o Magnésio. Além desse efeito fertilizante, deve-se ressaltar que o calcário está diretamente ligado a eficiência da adubação, pois em condições de solo ácido, além da planta não estar apta a aproveitar os nutrientes por não ter raízes desenvolvidas, os próprios nutrientes fornecidos pelo adubo tornam-se indisponíveis para a planta, mesmo estando presentes no solo, devido a interações químicas com as causas da acidez. Por analogia, podemos dizer que é como se tivéssemos, em uma residência, uma dispensa cheia de comida, porém esta dispensa está trancada com um cadeado e o faminto morador da casa não tem a chave para acessar os tão desejados alimentos. O Calcário é a chave que abre o cadeado dessa dispensa e libera ao solo os nutrientes fornecidos pela adubação. Um grave erro cometido por produtores que não fazem calagem há anos por desconhecerem seus efeitos é justamente adubar em solo ácido. Estudos desenvolvidos pela EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), mostram que até 60% do adubo pode ser perdido quando aplicado em solos ácidos. Não vale a pena sacrificar um produto de alto custo, como o adubo, deixando-se de usar o calcário que representa, para a maioria das culturas, cerca de apenas de 3% do custo de produção.
O custo do calcário torna-se maior quanto mais longe estiver a propriedade do Moinho onde ele é produzido, em função do frete, que representa o transporte do produto até o seu local de entrega e há situações em que o preço do frete pode ser superior ao preço do Calcário. Nesse quesito, o município de Limeira apresenta uma característica privilegiada, pois conta, dentro de seus perímetros, com uma empresa produtora de Calcário tradicional no ramo (uma das pioneiras dentro de nosso Estado) que beneficia, em termos de frete, não só os produtores agrícolas do município onde ela está instalada, mas também todos os produtores dos municípios próximos, que podem contar com um produto de qualidade a um preço facilitado pela proximidade com o local de produção do Calcário. Há jazidas de rocha calcária e moinhos produtores disseminados por todo o território nacional, o que possibilita a aquisição desse tão importante insumo por todos os agricultores, que mesmo em épocas de crise devem ponderar e jamais abrir mão de utilizá-lo em caso de necessidade, pois num cenário globalizado como o nosso, e sem políticas agrícolas governamentais definidas, no Agronegócio, a diferença entre o lucro e o prejuízo torna-se uma tênue linha divisória e um deslize técnico pode fazer o produtor rural atravessar essa linha, caminhando para uma situação ainda mais crítica.
Eng. Agrônomo Júlio César Assad de Mello
Mestre em Agricultura pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP/Campus de Botucatu.
EMBRACAL – Calcário Cruzeiro
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